http://www.youtube.com/watch?v=PCkT4K-hppE
(Pequeno manual de instruções: colocar a música do link ao fundo em uma segunda aba do browser e deixar tocar por aproximadamente 40 segundos, para adentrar a ambiência do texto. Só então retirar a pausa da leitura para acessar integralmente a experiência)
(Pequeno manual de instruções: colocar a música do link ao fundo em uma segunda aba do browser e deixar tocar por aproximadamente 40 segundos, para adentrar a ambiência do texto. Só então retirar a pausa da leitura para acessar integralmente a experiência)
Preparada a cavalgadura entre as corcovas do camelo: almofadas persas, sedas multicores, rebrilhos. Acessórios que eram palavras vindas de longe e agora escoltavam de volta ao longe, deslocavam pelo encanto.
Pernas compridas, de observatório, tem o animal. Entre as preferidas de Dalì. Erguendo-se, desaprumado, um elevador de patas alçando a vista. Todo gerúndio, musculatura em movimento.
Ali de cima ser era mais amplo. O mundo que balance lá embaixo! O olhar dança. A cada passo do improvável bicho a estrada ondula. Ao invés de curvas, parábolas. O camelo engendra pequenos, imaginários precipícios.
Ao moverem-se os flancos, o caminho soluça, o horizonte ziguezagueia. Os olhos são odaliscas sem véus. O olhar, redobradamente, dança.
Continua?
ResponderExcluirNão quero parar de dançar da altura do teu mistério.
Amo você.
Essa foi minha única refeição do dia. Banqueteei! Quando fui da música para a leitura, flagrei-me olhando à volta para certificar de ter selado comigo o segredo dessa travessura. Só você sabe qual olhar foi o que por mim viajou! Falando nisso, se não chover, eu vou lá!
ResponderExcluirMt interessante :)
ResponderExcluirAdorei.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirFez sol intenso aqui dentro. Do peito. Desses de torrar o azul e fazer os telhados da cidade antiga vibrarem, no horizonte, de um olhar, vertiginosamente, pousado sobre o extremo.
ResponderExcluirMereci nesta semana 3 epifanias em minhas terras quase desertas. Acreditei na misericórdia divina. Embora em minhas orações eu só peça que essa literatura sua continue fazendo bem ao mundo.
ResponderExcluirE como faz.
Fiz exactamente como disse.
ResponderExcluirDe todas as figuras de estilo, dizer que admiro o que escreve é um eufemismo.
Um beijinho,
Adorei este texto!
ResponderExcluir...senti calor, tive sede, aconcheguei-me nas corcovas do camelo e, ás tantas, já não sabia se estava no deserto...ou à deriva no alto mar revolto e contorcionista...
Fiquei fã...não do camelo,mas de ti!!
Beijocas
Graça
As odaliscas são as metáforas, que seduzem...Gostei que citou Salvador Dalí.Belo!!
ResponderExcluirOuvir fez toda a diferença... Estou aqui em cima, sendo, nessa amplitude proposta, desejando que o mundo balance lá embaixo, enquanto meu "olhar, redobradamente, dança".
ResponderExcluirSensação incrível!
Estava com saudades de você!
Beijos