Férias são uma compensação insultante: é o direito de usufruir de 30 dias corridos após a correria de 335 dias trabalhados. Quem arrancou assim as folhas do meu calendário?
Lembrei-me do amigo que escreveu de longe, dando notícias de que se sentia vivo. Com o susto da exclamação. O que me deixou naturalmente interrogativa. Digno de nota que a gente, estando vivo, só se sinta vivo de vez em quando.
Na pausa é que o filme se inventa. No segredo da película, a vida se dá em tempo real. Não mais a ficção em fast-forward dos dias, pulando as cenas, pulando os anos. Roubando a voz aos diálogos. Subtraindo as legendas.
Quero emoções em câmera lenta. Sobretudo os prazeres. Quero meu rosto ocupando em close a atenção de quem amo. Quero a lentidão dos créditos. A assinatura do roteiro. Diminuir o tempo dos comerciais entre existir e o sentido.
Que a ação faça cada instante valer a pena, documentando o sentir-me viva em longa metragem. Para espanto da sala escura em que me projeto. Por 335 dias.
Em breve. Em breve. A promessa se adiando em cartaz.
Lembrei-me do amigo que escreveu de longe, dando notícias de que se sentia vivo. Com o susto da exclamação. O que me deixou naturalmente interrogativa. Digno de nota que a gente, estando vivo, só se sinta vivo de vez em quando.
Na pausa é que o filme se inventa. No segredo da película, a vida se dá em tempo real. Não mais a ficção em fast-forward dos dias, pulando as cenas, pulando os anos. Roubando a voz aos diálogos. Subtraindo as legendas.
Quero emoções em câmera lenta. Sobretudo os prazeres. Quero meu rosto ocupando em close a atenção de quem amo. Quero a lentidão dos créditos. A assinatura do roteiro. Diminuir o tempo dos comerciais entre existir e o sentido.
Que a ação faça cada instante valer a pena, documentando o sentir-me viva em longa metragem. Para espanto da sala escura em que me projeto. Por 335 dias.
Em breve. Em breve. A promessa se adiando em cartaz.
É como aqueles versos do Livro do Desassossego que você mesma me apresentou:
ResponderExcluir"Se são horas, recolho ao escritório como qualquer outro.
Se não são horas, vou até ao rio fitar o rio,
Como qualquer outro.
Sou igual. E por trás disso, céu meu,
Constelo-me às escondidas e tenho o meu infinito".
Roberta,
ResponderExcluirQue boa a sensação de saber que plantei alguma semente boa no teu coração. E mais feliz estou de conhecer tanta coisa bonita que escreve a amiga, filha de amigos.
A história da gente fortifica o coração, que anda ligado na paz que existe em algum lugar de nós mesmos, numa linda manhã de sol.
Tenho textos neste endereço: http://sol.sapo.pt/blogs/26emer49.
De novo digo da satisfação de ter suas notícias.
Abraço de Saúde e Paz.
Que história é essa de você ficar constelando com todo mundo!!! Amiga?! Ciúmes!!!!!!!!
ResponderExcluirBeijos,
Elis