Para Ana Karina Bucciarelli
e para mim, que preciso nascer de novo.
Estou juntando forças. Eu preciso chegar ao caroço da coisa e o caroço requer dureza. Eu preciso aprender a dureza do caroço. É o que guarda o D.N.A. da construção inteira e, portanto, pode reinventá-la a cada vez, da escuridão do chão.
Depois eu nasço. Nascer é' sempre tenro e, por isso, é tão desprotegido o gesto de nascer. Não é à toa que é quase uma expulsão. De bom grado ninguém sai do lugar protegido para o desamparo do seco. Mas é o ciclo e é tudo da Lei. Eu tive a árvore. E voltei ao caroço. Agora é a hora da dureza, do desaconchego (embora o caroço pareça aconchegar a si mesmo).
Depois eu galho. Depois eu seiva. Depois eu altura, flores amarelas, estrutura frondosa de novo.